Verdade que hoje em dia lhe dão um nome bastante mais pomposo, "Safety Razor", mas a verdade é que estas lâminas de barbear não passam de repescagens do passado, de coisas que já eram utilizadas há muitos anos e durante muitos anos.
Embora o investimento seja grande, aquilo que me fez querer adoptar este sistema foi o preço (muito baixo) das recargas. Cada conjunto traz 5 lâminas por 2€, o que significa que cada lâmina fica a 0,4€ - o que é muito mais barato do que as recargas que eu costumava utilizar (Venus) e fica mais barato que a larga maioria das giletes descartáveis, pelo menos se queremos que elas sejam boas e não nos arranquem bocados de pele.
Para além disso, cada lâmina tem, na minha opinião, uma duração superior do que as recargas da Venus tinham. Mas isso também poderá ter a ver com o facto de que eu costumava deixar a Venus na banheira e com esta máquina de barbear tiro-a da banheira, seco-a e guardo-a.
Mas vamos ao que interessa: funciona?
Confesso que eu sou um pouco bruta e despachada, por isso, a camada de gel que a Venus oferece tinha uma segurança acrescida contra cortes, que esta não tem. No entanto, com dois dias de uso apercebi-me que tenho que fazer a depilação com mais calma e mais devagar e ao fim de um mês de uso já me sinto uma profissional.
Em termos de depilação e duração, a eficiência e a eficácia são as mesmas. E não há qualquer uso de plástico envolvido.
Penso que, havendo dinheiro para fazer o investimento inicial, ele deve ser feito porque é uma das alterações que a longo prazo compensa financeiramente e em termos ambientais.
Como sabem através de um post mais antigo, uma das formas que tenho para me organizar é manter uma lista de coisas a comprar. Normalmente, sempre que acho que preciso de comprar algo, escrevo na lista e depois vou analisando a lista e vendo se preciso mesmo, se não preciso, se aquilo que preciso pode ser substituído por algo que tenha a mesma função, mas ou que seja mais eficiente ou que inclua mais funções, ou que eu já tenha; ou se aquilo que escrevi é para ser sempre utilizado ou se pode pedir emprestado e etc.
A primeira coisa que decidi fazer este ano (género resolução de ano novo) foi que no máximo compraria uma dessas coisas por semana de modo a restringir o consumo e a minha veia consumista e de modo a poupar dinheiro.
Antes de fazer cada compra analiso as várias opções, preços, qualidade, eficiência e necessidade (se é uma prioridade ou não).
Assim, em Janeiro aquilo que comprei foi:
Óculos de Natação
Uma vez que decidi voltar a nadar, e que os óculos que tinha se começaram a partir e já entrava água, tive que comprar uns novos.
Fato de Banho
Porque a licra do meu fato-de-banho anterior se estava a desfazer, tive que investir num novo para a prática da natação.
Mochila
Finalmente, e como tinha mencionado num post que fiz no final do ano passado, investi numa mochila mais pequena, que acumula menos tralha e que funciona tanto como mochila como mala, o que é bastante útil, considerando o meu estilo de vida.
Depois de muitas dúvidas, acabei a comprar a Re-Kanken da Fjallraven Kanken através da Pegada Verde por ser uma mochila feita com garrafas de plástico e assim tentando contribuir para uma pegada ecológica menor.
Isto foi aquilo em que investi/gastei dinheiro em Janeiro. Fora claro, o óbvio com comida e contas para pagar. Irei fazer posts deste género ao longo do ano sobre aquilo que compro em cada mês.
Eu estou frustrada, ando frustrada, acho que todo o mundo me frustra.
Quantidades de informação contraditória. Uns dizem assim, outros dizem assado. Uns mencionam estudos que não se encontram em lado nenhum, outros mencionam estudos que não dizem nada disso. E os estudos demonstram sempre coisas diferentes.
Para mim a ideia da cosmética, e nisto incluo cremes, maquilhagem e toda essa panóplia de produtos, tem que ser o mas ecológica possível, mas ao mesmo tempo não fazer mal à saúde. É aí que começam a entrar as frustrações. Vamos do início.
Eu sempre comprei os meus produtos de cosmética no supermercado. Evidentemente porque eram mais baratos. Até que comecei a estudar mais sobre alguns assuntos relacionados com a cosmética e decidi que iria procurar produtos mais sustentáveis.
Assim o fiz e encontrei muitos desses produtos no Celeiro. Mas depois vim a descobrir que esses produtos eram testados em animais. E como mulher da ciência e do progresso, acredito que há coisas que têm que ser testadas em animais, sobretudo na área da saúde, mas não para algo "fútil" como a cosmética. Não se trata de uma questão de saúde, mas sim de uma questão de concepção de beleza da nossa sociedade e aí não concordo com os testes em animais.
Então comecei a utilizar produtos da "The Body Shop" por afirmarem que não são testados em animais e de facto terem a certificação da PETA e da Leaping Bunny. Mas depois descobri que têm parabenos e SLS, e que tais produtos eram potencialmente cancerígenos e destruidores do nosso planeta. E foi aí que comecei a ficar realmente frustrada.
Decidi parar para pensar e investigar um pouco mais e dei por mim a descobrir que nada serve os meus propósitos:
Os produtos de farmácia (Vichys, Biodermas, Uriages) são eficazes nos meus problemas de acne, mas são testados em animais, as embalagens são de plástico, contém imensos químicos e são caros;
Os produtos do supermercado (Garnier, L'Oreal) são mais ou menos eficazes e são relativamente baratos (por comparação), mas são testados em animais, as embalagens são de plástico e contém imensos químicos.
A maioria dos produtos do Celeiro são testados em animais, não contém imensos químicos, mas não são eficazes, as embalagens são de plástico e não são assim tão baratos.
Os produtos da "The Body Shop" são relativamente eficazes, não são testados em animais, têm um preço médio, mas contém químicos e as embalagens são de plástico.
Os produtos da LUSH não são testados em animais, podem ser comprados em regime "granel" diminuindo a produção de plástico e não têm químicos, mas são bastante caros e pouco eficazes.
E eu corri todas as opções que tinha, pesando prós e contras e contínuo sem uma solução para o meu acne que seja ao mesmo tempo sustentável para o ambiente.
Mas eu decidi colocar o meu orgulho de parte e fazer um pedido de desculpas à Internet...!
Como alguns se devem recordar no meu anterior post: Eu e o Copo Mesntrual, eu basicamente destruí o copo menstrual online.
Mas nem tudo era verdade. Ou por outro lado, era verdade na altura.
Após ter publicado esse post, uma amiga falou comigo sobre isso e enviou-me vídeos e posts sobre a utilização do copo menstrual entre outros.
A verdade é que é mesmo tudo uma questão de prática. No última ano tenho tentando utilizar o copo menstrual todos os meses e confesso que há alturas em que corre melhor que outras, mas que tem tudo a ver com a forma como encaramos o problema. Funciona melhor quando não temos "pressas" nem stresses.
Não somos todas iguais e consoante a nossa fisionomia há de facto formas diferentes de encarar o problema e de o soluccionar.
Relativamente aos problemas que levantei na altura, de facto há soluções. Há diferentes copos, uns mais compridos e outros menos, o que solucciona o problema da pega ser demasiado comprida ou demasiado curta. Relativamente ao vácuo tem a ver com a forma como retiramos o copo e de facto existe um pequeno truque para evitar o vácuo no momento de retirar o copo e quanto à queda que o meu copo deu na sanita, na verdade o meu copo dura aproximadamente doze horas, o que significa que não corro o risco de isso me acontecer num local público, uma vez que só mudo o copo em casa.
Ainda assim e porque quero que todos tenham a oportunidade de aprender algo, deixo em baixo um dos vídeos explicativos sobre a utilização do copo menstrual:
A todos um Feliz Ano Novo, cheio de coisas ecológicas e vazio de desperdícios!
Este género de posts são daqueles que eu gosto bastante de ler e de ver (youtube) porque gosto muito de estar sempre a adaptar a minha rotina, e a ver alterações que me permitam fazer menos mas melhor. Assim sendo, deixo aqui a minha para todos os que estejam interessados.
A hora a que chego a casa varia muito. Depende se trabalho de manhã ou à tarde ou o dia todo. Depende das aulas que tenho, de reuniões ou algo do género. Nos dias em que chego cedo a casa ou durmo (sim, eu adoro fazer a sesta) ou adianto trabalho ou aproveito para estudar e trabalhar para a faculdade.
Quando chego mais tarde começo logo pela minha rotina.
Por volta das 18h00, costumo comer qualquer coisa leve: um iogurte e uma peça de fruta, algumas bolachas de milho ou arroz, etc e caso não tenha ido ao ginásio, vou tomar banho. Caso tenha ido ao ginásio, visto o pijama e desmaquilho-me.
Por volta das 18h30 é tempo de começar a arrumar coisas: arrumo a sala, lavo loiça, faço a cama, arrumo roupa que tenha deixado do dia anterior e dou comida ao Tusso (o nosso gato).
Às 19h00 é hora de começar a planear o dia seguinte. Sento-me, escrevo na agenda e no meu bullet journal e organizo as coisas do dia seguinte. Igualmente, aponto no meu bullet journal algumas das tarefas que tenha para fazer no dia seguinte.
Quando termino, é hora de começar a fazer o jantar e o almoço do dia seguinte e basicamente é isso que faço, ao mesmo tempo que vou arrumando mais algumas coisas na cozinha como a loiça que se vai sujando, a máquina do café, arrumar a loiça lavada ou varrer o chão.
Após isso janto, arrumo as coisas e faço descafeinado. Nessa altura ou vejo um episódio de uma série ou vejo vídeos no YouTube. Se ainda for cedo, aproveito para rever algumas coisas da faculdade ou estudar mais um pouco.
Depois é tempo de casa de banho e como sei que estão interessados, aqui fica a lista de coisas que utilizo:
Escova de Dentes de bambu que comprámos no AliExpress;
Pasta de Dentes que neste momento estamos a terminar da Colgate e que iremos substituir por uma mais ecológica;
Gel de Limpeza da Cara da The Body Shop Tea Tree, que custa 9€ nas lojas. Para mim, a duração é de aproximadamente 7/8 meses.
Creme de Rosto da Bioten para Peles Oleosas.
E é basicamente isso, simples e rápido porque à noite já estou demasiado cansada para me estar a preocupar com muitos produtos e porque na verdade a minha pele se dá muito bem com regimes simples e sem químicos.
Depois costumo escrever no meu journal/diário. Sei que muitas pessoas dizem que devemos ser positivos a escrever, devemos agradecer pelas coisas que temos e bla, bla bla. Na verdade, eu descarrego as minhas frustrações, mando vir com tudo e mais alguma coisa, chamo nomes às pessoas e às coisas. Critico tudo o que me lembrar. Assim, não tenho que o fazer às pessoas, nem tenho que me queixar junto das pessoas e acho que isso ajuda muito mais a manter as relações funcionais. Até porque quando tenho de lhes dizer alguma coisa já descarraguei as frustrações, já tive tempo para reflectir sobre as situações e consigo ser mais racional e calma a falar com as pessoas.
E por fim, mesmo antes de dormir leio um livro. Quando éramos pequenos os meus pais liam-nos sempre livros antes de dormir ou contavam histórias. À medida que fomos crescendo fomos sendo sempre incentivados a ler antes de dormir, até porque ajuda a relaxar e a cansar a vista, bem como a dar a possibilidade ao nosso subconsciente de nos apresentar sonhos completamente loucos e divertidos. Por isso, decidi retomar esta prática. Costumava ler nos transportes públicos, mas na maioria das vezes vou de pé, o que não dá jeito para ler, e levo mais peso às costas que não necessito. Assim, deixo a leitura para o fim do dia.
Por fim, deito-me e durmo. Eu sei que há aquelas pessoas que fazem imensas coisas antes de dormir, mas a verdade é que mantenho a ideia de que quanto mais simples e minimalistico for, melhor para nós. Temos mais tempo para reflectir sobre o que estamos a fazer e ajuda-nos a viver no presente.
E como o prometido é devido, aqui fica a minha opinião sobre os pensos reutilizáveis.
Contexto: há uns tempos atrás experimentei o copo menstrual e deixei aqui no blog a minha opinião sobre o mesmo, que se perderam, podem sempre ler aqui.
Na altura fiz a promessa de que iria então experimentar os pensos reutilizáveis, algo que vou fazer agora mesmo. Ponto número é especificar o que são pensos reutilizáveis.
Portanto, os pensos reutilizáveis são como os restantes pensos, a questão é que são laváveis (como antigamente) e podem ser novamente utilizados, evitando assim o facto de serem descartáveis e a produção de lixo.
Vamos então aos prós:
Poupança de dinheiro. De facto, cada penso custa o valor de uma caixa de pensos, pelo menos, foi isso que eu paguei pelos meus no aliexpress. Fazendo as contas ao preço por unidade de cada penso (0,12€), aos pensos que uso por dia (aprox. 4) e ao número de dias que estou menstruada (aprox. 4), por cada período de menstruação que tenha, um penso fica pago.
Sem desperdício de recursos. Não só não se manda fora o penso em si, como também não há o desperdício do plástico que normalmente envolve os pensos individualmente.
Têm uma boa capacidade de absorção.
Vamos então aos contras:
Não são tão transportáveis quanto os descartáveis. Como podem ver na figura, eles são dobráveis, mas ainda assim ficam um pouco "massudos";
Não colam à roupa interior e por isso, se utilizarem saias ou vestidos, há uma certa sensação "bamboleante";
Dão uma pequena sensação de se estar a utilizar uma fralda, uma vez são algo massudos, e não colam à roupa interior,
Fazem imenso calor. O que automaticamente leva a crer que não são muito respiráveis, ainda que feitos em algodão, o que se torna desconfortável.
São laváveis, mas após a utilização devem ser colocados em água quente a ferver ou lavados imediatamente.
Alguém vai embrulhar um penso com sangue e voltar a guardá-lo na mala para o levar para casa para lavar? Sim, nojento.
Será 100% lavável? Qual o tempo de duração? A verdade é que ao contrário dos copos menstruais, eles não mencionam qual a previsão de duração de um penso em termos de meses ou anos, a sua longevidade. E, por outro lado, resíduos vão sempre ficar seja lavado à mão ou à máquina. É algodão. O que nos leva a pensar na futura colónia de bactérias que pode ser criada.
Com tantos contras, claro que a minha opinião sobre estes pensos é não os utilizar. Se se derem bem com o copo menstrual, ao contrário de mim, devem aproveitar a sua utilização e não optar por estes pensos. Poderão trazer, incluíndo, alguns problemas de saúde!
Eu ponderaria experimentar as novas cuecas para o período, mas a verdade é que penso que não irão divergir muito da minha opinião sobre estes pensos reutilizáveis, menos na parte de serem massudas. Para além disso, cada par custa à volta de 34€. E se pensarmos em lavá-las todos os dias, mesmo assim num dia são 3 a 4 pares de cuecas, o que dá um valor de 136€ em cuecas. O que daria aproximadamente 71 períodos para compensar o investimento, ou seja, mais de 5 anos. Provavelmente teriam que ser deitadas fora antes. E não é prático estar a mudar de cuecas em casas de banho públicas. Ou andar com cuecas sujas com sangue atrás para lavar.
Assim sendo, a minha próxima tentativa é encontrar pensos e/ou tampões ecológicos, feitos com algodão sem químicos e pesticidas e sem a utilização de plástico em excesso.
E como é óbvio, assim que descobrir, irei partilhar convosco!
Preparem-se, porque este post não será particularmente agradável.
Tendo em conta que o copo menstrual é algo verdadeiramente ecológico (reutiliza-se durante o período, ferve-se e volta-se a utilizar por um período de 5/6 anos) e é verdadeiramente barato, considerando que eu comprei o meu por 9€ (carrefour espanha) e que uma caixa de tampões custa 3€/4€; o que no mínimo representa uns 12€ por ano. Num ano já se está a poupar.
Parece um bom investimento até se considerarmos nos benefícios que o copo traz, como a impossiblidade de se ter o síndrome de choque tóxico, o facto de não se ter que estar constantemente preocupado em trocar o tapão e andar com eles atrás e etc., etc., etc.
No entanto, as mulheres não são todas iguais e como tal, não podemos acreditar que o mesmo método se aplica a todas. Eu posso ser o exemplo.
A minha primeira experiência com o copo menstrual foi desastrosa. Em primeiro lugar para o colocar... Não é tão fácil como um tampão.
Depois tem a questão da posição horizontal (aquela na qual a maioria das pessoas dorme). Tendo em conta que o copo não é absorvente, a possibilidade de fuga é bastante real.
O ponto seguinte prende-se, no meu caso, com o facto de ter costas tortas (a coluna), o que faz com que a minha bacia esteja algo deslocada e consequentemente a minha vagina não está totalmente na posição vertical. Como tal, a possibilidade de fuga é igualmente real.
A parte de retirar o copo foi, ainda assim, a mais caricata. Ora, o copo traz no fundo uma pega que serve para retirar o copo (como o fio do tampão) e até diz nas instruções que depois de utilizar a primeira vez, se deve cortar essa pega à medida. Pois bem, alguém devia ter dito aos senhores que fazem os copos que se calhar deviam também ter mandado mais pega no caso de alguém precisar de acrescentar, como é o meu caso. Já estão a imaginar o cenário de tentar andar "no escuro" à procura da pega para o retirar.
Por fim, quando o retirei parecia que todos os meus órgãos reprodutores queriam sair do meu corpo através do copo tal era a situação de vácuo ali criada. Resultado: total desilusão.
Ainda assim, como quem quer dar uma segunda oportunidade às invenções dos dias de hoje e tal os benefícios (que de facto existem e são bons), voltei a tentar.
Não correu melhor. Mas pior que tudo isso, foi que ao retirar o copo, este escorregou-me das mãos e foi parar ao fundo da sanita - muito, muito agradável como imaginam. Sem copo e sem alternativa, lá me salvaram os pensos higiénicos que guardo no trabalho "para o caso de...". Ora imaginem lá isto na casa de banho do café, ou dos transportes públicos, ou outra qualquer situação constrangedora que possam imaginar.
Caso para dizer que desisti do copo. Mas não desisti das alternativas ecológicas. Hoje existem, igualmente, pensos reutilizáveis, feito com um material qualquer absorvente, que é lavável e desinfectável e que traz igualmente alguns benefícios como anunciar que não parece que têm uma fralda vestida. Prometo que irei experimentar e dar-vos nota do caso!
Por agora desejo que experimentem os vossos copos e que partilhem a vossa experiência ou opinião.
Um dos maiores desafios ao sair de casa foi decidir que detergentes usar...!
Pode não parecer importante, mas estava habituada a ver a minha mãe a usar sempre os mesmos detergentes, mas eu queria utilizar detergentes que de alguma maneira fossem mais amigos do ambiente, e que não custassem o salário de um mês para os comprar.
Das mil e uma marcas de detergentes que existem, a maioria delas é efectivamente cara, e aquelas que não são caras ou não lavam bem, ou não têm bom cheiro ou os químicos que levam dava para montar um laboratório em casa.
Por isso, a primeira coisa que decidi fazer foi aprender a fazer detergente em casa. E para espanto meu, não encontrei nada na Internet que me parecesse extravagante. Na verdade, a maioria das pessoas utiliza vinagre com água e um pouco de bicarbonato de sódio. Tudo muito barato. No entanto, parecia sempre que dois dias depois a casa já estava suja, já para não falar de que o meu companheiro se queixava do cheiro.
Por isso, o vinagre passou a ser usado apenas para limpar os móveis, os espelhos e as janelas cá de casa. E é muito simples, utilizamos uma porporção de 1/3 de vinagre para 2/3 de água e depois adicionamos duas colheres de chá de bicarbonato. Deixamos que a reacção química ocorra e utilizamos.
Para o chão acabámos por encontrar detergente a granel na miosótis. Basta comprar a embalagem da primeira vez e a partir daí pagamos à volta de 5€ por 1,5l de detergente, basta levarmos a embalagem sempre connosco.
Para a roupa descobrimos o mesmo sistema. Embora de vez em quando utilizemos detergente em pó, porque vem embalado em cartão e como tal, é 100% reciclável, outras vezes acabamos por optar pelo detergente líquido a granel na miosótis. Honestamente já não o compramos há algum tempo, pelo que não me lembro exactamente do preço por kg.
Finalmente para a loiça não conseguimos encontrar outra solução sem ser o Fairy. Infelizmente, é o único detergente que sentimos que desengordura realmente a loiça mesmo quando nos esquecemos de mudar a bilha do gás e temos que lavar com água fria. Por isso, para pouparmos o máximo possível de plástico, compramos a maior embalagem que encontrarmos no supermercado.
Mas podem sempre encontrar outras soluções que considerem mais apropriadas para vocês:
Embora o movimento se chame "Zero Waste", eu penso que é um nome falso, porque a verdade é que mesmo comprando a granel, os ingredientes e produtos têm que chegar às lojas embalados de alguma forma.
Assim, sugiro aqui algumas pequenas alterações que já introduzi por forma a produzir menos lixo e a consumir menos matérias primas.
1. Escovas de dentes em que apenas se mudam as cabeças.
Não é fácil de encontrar, no entanto, no celeiro, vendem-se escovas em que é possível apenas trocar a cabeça. A escova em si custa 2,29€ e cada recarga aproximadamente 0,85€ (vêm 4 recargas de cada vez por 3,29€). A meu ver é bastante mais barato do que as escovas "normais" e o cabo nunca vai para o lixo. Para além disso, as escovas são feitas com cerdas naturais, o que permite a sua compostagem, diminuindo o lixo produzido.
2. Pasta de Dentes sem Embalagens Extra.
Na maioria das marcas a embalagem de pasta de dentes é composta por uma embalagem de plástico onde vem a pasta, e uma embalagem de cartão por fora. Se pensarmos bem, a embalagem de cartão é completamente desnecessária e apenas serve para produzir mais lixo.
Embora tenha tentado fazer pasta de dentes em casa, a verdade é que o sabor era horrível. Achei que era uma questão de hábito, mas uma semana a utilizá-la serviu para provar que não me conseguia habituar. Para quem achar que poderá ser uma boa alternativa, poderei colocar um post sobre a receita que utilizei, caso contrário, na Miosótis em Lisboa, vendem-se pastas de dentes que vêm apenas embaladas numa camada de plástico. As pastas são 100% biológicas e trazem muito menos químicos, uma vez que não trazem químicos sintéticos, apenas químicos sintetizados a partir de produtos naturais. A pasta de dentes custa 2,99€, o que é mais barata do que muitas marcas mais comerciais.
Por agora são estas as alterações que já fiz. No entanto, pondero fazer ainda bastantes mais e manter-vos-ei a par das mesmas para que possam experimentar e ver se se aplicam ao vosso dia-a-dia, e ao Orçamento Familiar, o que é sempre importante a ter em conta.
O minimalismo apresentou-se a mim não como uma moda a adoptar no momento, mas como um estilo de vida a adoptar sempre. Como Ecologista convicta, sou totalmente contra o estilo de vida de consumo desenfreado que vivemos nos dias de hoje em que interessa ter muito. Acredito que "o caminho se faz caminhando" e por isso não coloco quaisquer expectativas sobre o que o futuro trará, ao invés, acredito nas mudanças presentes e que devemos viver agora o que deve ser vivido agora.
Ter muitas coisas ocupa muito espaço físico e mental, muita preocupação. Minimalizar tornou-se uma prática de relaxamento e em que ter pouco é ter muito mais.