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Minimalismo Num Pedestal

Não é preciso ter muito, desde que se tenha as coisas certas.

Minimalismo Num Pedestal

Não é preciso ter muito, desde que se tenha as coisas certas.

14
Dez15

Sobre Minimalismo

Goulart Pinheiro

Desde que comecei esta nova fase, que tenho ouvido e lido alguns erros e desculpas bem como preconceitos e mitos em relação ao minimalismo, e que gostava de deixar esclarecidos, segundo o meu ponto de vista.

 

  1. "E se eu vier a precisar?": Eu já falei sobre isto num post anterior, mas a verdade é que na maioria das vezes, nunca chegamos a precisar de nada que comprámos por impulso ou porque estava na moda, ou porque todas as amigas compraram. Se está arrumado numa caixa há 5 anos e nem se lembram que tinham o objecto é porque, de certeza, não precisam dele, nem vos faz falta ou traz qualquer utilidade à vossa vida.
  2. Quando algo é comprado porque "precisam mesmo": A questão a colocar é sempre "Mas preciso mesmo?". Se compramos um objecto porque está na moda, ou porque alguém o tem e nós temos a ilusão de que também precisamos, o meu conselho é: deixem passar tempo. Em primeiro lugar há que ter em atenção que não somos todos iguais e as necessidades de uns, não são as necessidades de outros. Por isso mesmo, temos que pensar antes de comprar se o item em questão corresponde às nossas necessidades Deixem passar tempo e vejam se continuam a querer e a precisar do objecto ou se seguiram com a vossa vida e ele não vos fez falta. Se a opção foi a 2ª, então a resposta é "não precisam". Para isto, eu uso o truque da Wish List. Escrevam numa lista os objectos que acham que precisam mesmo, e passado duas/três semanas voltem à lista e perguntem-se se ainda precisam deles.
  3. Comprar roupa ou sapatos para conjugar com peças que não usam: Muitas vezes oiço pessoas dar a desculpa de que não usam determinado item porque não têm nada que fique bem com ele. E com essa desculpa, decidem comprar mais 4 ou 5 items para conjugar com essa peça. No entanto, acabam a nunca a usar. A primeira pergunta que devem fazer é: não uso porque não tenho nada que fique bem com isto? Ou não uso porque não gosto do corte, da forma, da textura, da cor? Muitas vezes não usamos uma coisa não porque não gostemos dela, mas porque não nos sentimos bem com ela vestida - ficava melhor no manequim. E isso deixa-nos deprimidos. O truque aqui é sempre não comprar por impulso, experimentar a roupa, utilizá-la em casa frente ao espelho sem tirar etiquetas e verificar se nos sentimos bem com as roupas ou não: fazer compras conscientes e eficientes.
  4. Ter cápsulas faz com que "não se esteja na moda": Em primeiro lugar, as cápsulas dependem de pessoa para pessoa e daquilo a que nos comprometemos. Se aquilo a que nos comprometemos foi a comprar apenas duas peças por cada cápsula (por ano) ou cinco; depende do nosso orçamento, e da nossa consciência ecológica e social. No entanto, vamos tentar abordar por outro caminho. O que é "estar na moda"? É vestir o que todas as outras pessoas vestem, vestir as mesmas roupas, as mesmas cores, os mesmos acessórios? Deixarmo-nos influenciar sobre aquilo que as grandes multinacionais da moda ditam ser a moda? "Elegance is the only beauty that never fades" (Audrey Hepburn). As modas são passageiras e supérfluas. Saber vestir passa pouco por andar na moda.
  5. A responsabilidade social e ecológica deve vir das empresas e do Governo: Embora estas responsabilidades também devam vir destes, a verdade é que a cadeia se estende desde o produtor até ao consumidor, e nós, como consumidores temos que ter a consciência de que fazemos parte do processo e, como tal, a responsabilidade também é nossa e não nos podemos alhear dela.
  6. Se não consumirmos a economia irá estancar: esta discussão poderá ser bastante ideológica. No entanto, vou tecer apenas alguns comentários em relação a isto. O capitalismo alimenta-se sobretudo das pessoas e dos recursos naturais. Como uma bola de neve gigante que vai colhendo os pequenos flocos. O que acontecerá quando não houver mais flocos para colher? O consumismo é um dos motores do capitalismo, e com  ele, irá estancar quando mais não houver para colher. O que o mundo precisa é de um novo paradigma económico, porque já todos concluímos que este não é sustentável e enaltece grandes diferenças sociais. Se ainda não viram o filme "The True Cost" aconselho seriamente a que o façam. Eu prefiro pagar o preço justo pelas coisas em economias familiares e produtores pequenos em países em vias de desenvolvimento ou produtores nacionais (desde que estes não sejam explorados).

É necessário compreender que todas as acções têm consequências: positivas, negativas, neutras ou um pouco de todas. Há que considerar no entanto encontrar um equilíbrio que garanta justiça social e justiça ambiental para todos!

13
Dez15

A minha primeira vez #ComércioJusto

Goulart Pinheiro

Embora o Comércio Justo não me fosse desconhecido, nunca até agora tinha entrado numa loja de comércio justo (pelo menos que me lembre). Embora consuma na The Body Shop em que segundo os próprios, todos os seus produtos são de "Fair Trade" (Comércio Justo) - no entanto, não a vamos considerar uma loja tradicional.

Sabia que existiam porque o meu avô costumava comprar coisas como chocolate, café, etc. no Comércio Justo, mas eu nunca me tinha aventurado.

 

Ontem, pela primeira vez, dicidi ir até lá. A loja chama-se CIDAC e situa-se na Rua Tomás Ribeiro perto do gigante da PT em Picoas. Cheguei lá um pouco cedo de mais, e já estava atrasada para uma reunião. O senhor foi 5 estrelas, muito simpático, bom humor e deixou-me entrar mais cedo e comprar o que queria. Não tive muito tempo para explorar, é um facto, mas ficou prometido que lá voltaria para o fazer.

 

 

 

Comprei cacau para misturar com leite e um chocolate de leite (que por acaso, é óptimo). Embora as coisas sejam um pouco mais caras do que no supermercado (e um pouco quer mesmo dizer um pouco), a verdade é que estamos a pagar o preço justo por elas, e sabemos que os agricultores que produzem o chocolate estão a receber o preço justo por ele.

 

O Comércio Justo data o seu início nos anos 60 na Holanda. Movimento (chamemos-lhe assim) que se espalhou depois pela Europa tendo-se criado a International Fair Trade Association que hoje se encontra em mais de 60 países. Trata-se de um comércio onde o pequeno produtor recebe o montante justo pelo produto que vende. É uma medida de responsabilidade ética e ecológica que permite que os produtos não sejam produzidos em massa, evitando-se desperdícios ao longo da linha (produção - venda) e promovendo a agricultura sustentável.

 

Eu estou convencida e passarei a lá ir mais vezes!

19
Nov15

Localmente

Goulart Pinheiro

Hoje decidi escrever sobre consumo local. Nos dias que correm, e na economia em que vivemos, consumir local pode tornar-se uma realidade distante.

No entanto, são cada vez mais os "empreendedores" que decidem abrir mercearias com um ar moderno, lojas e toda uma oferta de bens essenciais ao nosso dia-a-dia.

 

Consumir local é do ponto de vista ecológico (e claro, minimalista) uma mais valia. Comecemos por dizer que estimula a economia local. Por outro lado, muitas destas "lojas de bairro" são negócios de família, e, por isso, estaremos a contribuir directamente para o rendimento de alguém ao invés de contribuirmos para o gigante lucro de grandes multinacionais que pagam esmolas aos seus trabalhadores. Por fim, emitimos muito menos dióxido de carbono (e outros gases com efeito de estufa) para a atmosfera. Por não precisarmos de utilizar carro para ir às compras, e por não ser preciso transportar as coisas desde uma grande distância até ao local de venda (estamos a falar claro de produção local).

 

 

 

Claro que pode ser colocada na discussão o facto de num supermercado os preços serem mais competitivos. Isso poderá ser verdade para produtos de cosmética, higiene pessoal, oral, comida pré-fabricada e enlatados, bolachas e afins. Mas, pelo menos, na realidade que conheço (a da minha cidade) as frutas e os legumes saiem mais baratos no comércio local, assim como a carne, o peixe e a charcutaria. Obviamente, tem que existir um equiílibro, mas se todos contribuirmos e promovermos a economia local, só há razões para prosperar e promover justiça social.

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Sobre Isto

O minimalismo apresentou-se a mim não como uma moda a adoptar no momento, mas como um estilo de vida a adoptar sempre. Como Ecologista convicta, sou totalmente contra o estilo de vida de consumo desenfreado que vivemos nos dias de hoje em que interessa ter muito. Acredito que "o caminho se faz caminhando" e por isso não coloco quaisquer expectativas sobre o que o futuro trará, ao invés, acredito nas mudanças presentes e que devemos viver agora o que deve ser vivido agora. Ter muitas coisas ocupa muito espaço físico e mental, muita preocupação. Minimalizar tornou-se uma prática de relaxamento e em que ter pouco é ter muito mais.

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