Grátis vs. Pago
Hoje trago a discussão do grátis vs. pago, mas claro, do ponto de vista minimalista.
Quando pensamos no grátis vs. pago, provavelmente assumimos automaticamente o grátis, uma vez que, bem, é grátis. Existe em Portugal esta expressão popular que diz: a cavalo dado não se olha o dente. Mas será que ainda se aplica nos dias que correm?
A verdade é que muitas pessoas automaticamente aceitam o que é grátis, sejam prendas, sejam amostras grátis, ofertas, etc. No entanto, será que não devemos "olhar para o dente"?
Eu guardava muita tralha e depois de a começar a deitar fora é que reparei: "ah, isto foi-me dado quando fui a sítio x"; "isto foi-me dado pela pessoa y". Mas na verdade, nunca tinha utilizado aquelas coisas, que estavam ali a ocupar espaço. Coisas que custaram dinheiro a alguém, coisas que utilizaram recursos para ser produzidas e que nunca tiveram qualquer uso.
Há coisas que se compreende que não tenham uso, mas que são coisas com um certo valor sentimental, ou meramente decorativas, mas que nos fazem felizes ou que gostamos de as ter penduradas na parede ou em cima da mesa da sala. No entanto, há outras que não.
Agora que o Natal está a chegar, costuma ser um desses momentos, em que as pessoas oferecem prendas sem saber as necessidades, ou que oferecem uma "gracinha" para não ficarem sem oferecer nada, porque infelizmente vivemos neste mundo consumista em que o Natal é mais um feriado capitalista do que religioso.
Normalmente eu tento sempre colmatar isso pedindo à família coisas de que preciso ou que realmente quero, no entanto, não é fácil com as prendas das outras pessoas. E é difícil para alguém que se lembrou de nós dizer "lamento, não gosto" ou "lamento, não me faz falta". Mas se for alguém com quem tenhamos confiança, essas devem ser frases utilizadas, caso contrário iremos aceitar lixo que não nos serve de nada e que ficará "lá por casa" até um dia termos coragem de deitar fora.
Por isso, grátis sim, se for algo de que realmente gostamos e algo que nos faça falta. Caso contrário, é preferível pagarmos pelas coisas que nos ficam bem, de que realmente gostamos ou com as quais nos identificamos. Poupamos dinheiro, recursos e pomos de parte o consumismo desenfreado.